Árbitro gaúcho será o Brasil no Americas Pacific Challenge de rugby
|Ricardo Sant’Anna também atuará no Sul-Americano Juvenil no Chile
Em agosto ele foi o único gaúcho a ser árbitro assistente nos Jogos Olímpicos Rio 2016 – quando o rugby voltou a integrar o calendário olímpico depois de 92 anos. Após o maior evento esportivo do mundo, agora Ricardo Sant’Anna se prepara para representar a arbitragem brasileira em dois eventos internacionais: o Sul-Americano M19 e o Americas Pacific Challenge. Nesse último representando também o Brasil, visto que o país não compete no torneio.
No próximo sábado (10.09), Ricardo embarca para o Chile para a primeira competição internacional pós-Rio 2016: o Sul-Americano Juvenil, que inicia no dia 11 e segue até o dia 17 de setembro no Chile. O país sede, Uruguai, Brasil e Paraguai disputam a competição na qual o campeão garantirá vaga no Troféu Mundial M20 de 2017 – a segunda divisão mundial juvenil.
Já no mês seguinte, talvez o maior desafio até então a ser enfrentado por um árbitro brasileiro: o Americas Pacific Challenge (APC), que ocorre entre os dias 08 e 16 de outubro no Estádio Charrua,no Uruguai. Para o APC, a World Rugby – Federação Internacional do Rugby – designou quatro árbitros. Ricardo Sant’Anna, Pablo Deluca (Argentina), Joaquin Montes (Uruguai) e Tim Baker (Hong Kong) atuarão como principais e, conforme Ricardo, podendo também trabalharem como assistentes, visto que serão três partidas por rodada.
Antes da viagem, o gaúcho falou como recebeu as convocações, os desafios e um pouquinho sobre a experiência nos Jogos Olímpicos do Brasil.
-Depois da Rio 2016, novas convocações para eventos internacionais. Como tu recebeste as convocações para o Sul-americano Juvenil e o Americas Pacific Challenge?
“O Sul-Americano Juvenil era um objetivo que eu tinha traçado para este ano, então quando confirmaram fiquei bastante contente. Para o APC foi uma mistura de surpresa, euforia e alegria. Realmente não esperava esta convocação. ”
– Como encara esses novos desafios?
“Com muita alegria, humildade e confiança. Esses tipos de torneios são o prêmio para qualquer árbitro, por tudo que nos sacrificamos para conseguir chegar. É o mesmo sentimento, imagino, que um jogador deva sentir ao ser convocado para jogar pela Seleção Brasileira. Este vai ser meu terceiro Sul-Americano Juvenil (fui em 2013 e 2014) e com certeza a experiência dos anos anteriores colabora para a preparação para este ano. Com relação ao APC, sinceramente prefiro não pensar agora…quando chegar do Chile de volta aí sim será foco total, porque se começar a pensar agora que posso apitar um Argentina x Fiji, Estados Unidos x Samoa ou qualquer outro jogo que envolva essas seleções que participaram da última Copa do Mundo, acho que não durmo a noite de ansiedade.”(risos)
– Tu serás o único representante brasileiro na APC, o que isso representa para ti?
“Pra mim, no particular, representa muito. Sinceramente, por mais que a gente sonhe, nunca imaginei que pudesse chegar a um evento dessa magnitude, talvez seja o mais longe que um Árbitro Brasileiro chegou. E, por isso, encaro, com muita responsabilidade e com muito orgulho de representar o Brasil. Sei que a cobrança em mim pode ser um pouco maior por vir de um país com menos tradição no esporte, mas o fato de termos sido designados demonstra que o trabalho de todos os Árbitros Brasileiros que passaram por torneios internacionais foi bem feito e novas portas estão se abrindo.”
– Falando em Rio 2016, como foi a experiência nos Jogos Olímpicos? O que trazes de aprendizado?
“Foi difícil voltar à realidade. (risos) Participar do maior evento esportivo do mundo foi fantástico!Desde dividir a mesa do café da manhã com um árbitro alemão do Tiro até estar dentro de campo nos jogos. Foi um evento em que o “mundo do Rugby” estava de olho e eu estava vivendo a experiência in loco. Foi sensacional! Uma semana com os melhores árbitros de sevens do mundo, participando ativamente dos treinamentos, das reuniões, foi muito melhor do que eu poderia imaginar.
Como aprendizado trago uma grande experiência. Os jogos no Sevens são muito rápidos, uma jogada no último segundo pode decidir uma partida, então o foco e a concentração que eu consegui manter durante os jogos foi inédito.”
Texto e reportagem: Nathália Ely/Travinha Esportes/FGR
Fotos: João Neto